ARACAJU/SE, 9 de novembro de 2024 , 3:56:21

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Não é aleatório

O Brasil inteiro parado. Silêncio sepulcral tomou as ruas, as casas, os bares. O pênalti perdido por Marquinhos (zagueiro do Paris Saint-Germain (PSG) carimbou o passaporte de volta pra casa da Seleção Brasileira de futebol. O tom cemiteriano das ruas demonstrou o sentimento de mais uma derrota em copa do mundo. Novamente, não foi dessa vez.

Acredito que podemos aproveitar o momento para refletir um pouco sobre o assunto. Há muito, as pessoas já vinham criticando o técnico Tite por sua postura de manter determinados jogadores, não criar variações de jogo durante as partidas, não abrir a mente para possibilidades táticas etc.

Por que o Brasil perdeu a partida? É uma pergunta difícil de responder, todavia cada brasileiro que se decepcionou na tarde do dia 9 de dezembro de 2022 tem uma teoria: o esquema tático estava ruim; o time tomou gol de contra-ataque quando não deveria subir; colocou um garoto para bater penâlti; foi por causa de Tite, Modric, estomatite, claviculite… Neymar não bateu pênalti… e assim vai a lista de conjecturas.

Porém vou me ater ao fato de Neymar não ter feito a cobrança de penalidade. O que isso iria influenciar? Nunca saberemos. Mas uma coisa é certa: polarizaram Neymar na copa em razão das suas preferências políticas. Isso foi tão grotesco que até torceram quando ele se machucou, torceram para que não mais voltasse a jogar no mundial. Não há palavras para descrever isso.

Mas o Brasil perdeu, de fato, alguma coisa? Perdeu. Não foi só uma partida. O Brasil perdeu a sua capacidade de se entender. O Brasil perdeu essa partida há muito tempo. Para uma nova caminhada, o primeiro passo é desarmar o espírito para manifestação de empatia, bondade e profundidade na forma de pensar o mundo e em si mesmo.

O hexa virá um dia. No entanto que venha antes um senso maior e mais puro de que podemos ser um só povo com muito mais motivos, e que não estejam ligados apenas ao futebol.

Ah, esse texto até pode parecer aleatório. Mas não o é!