ARACAJU/SE, 1 de maio de 2024 , 13:57:32

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A fila dos exames

Na atualidade, com o aumento das mensalidades dos planos de saúde privados, muita gente tem utilizado o SUS – Sistema Único de Saúde, para consultas e exames, e isto tem impactado de forma muito grave a já congestionada agenda das marcações.

No período de 2018 a 2021, a Fundação Instituto de Pesquisa em Diagnóstico por Imagem (FIDI) que atua em unidades do SUS, realizou, em média, 3,37 milhões de exames por ano. A média de pacientes atendidos foi de 1,85 milhão. Durante esse período, os exames mais frequentes foram: Raios X: 7,5 milhões; Ultrassonografia: 2,7 milhões; Tomografia: 2,3 milhões; Mamografia: 577,3 mil; Ressonância magnética: 253,7 mil. Estamos falando apenas de uma instituição filantrópica do país que atende 100% pacientes através do SUS.

No Brasil, aproximadamente 150 milhões de pessoas dependem do Sistema Único de Saúde (SUS) para tratamento a cada ano. Isso significa que 7 em cada 10 brasileiros utilizam o SUS como seu principal sistema de saúde. Esse dado já demonstra a defasagem no atendimento à demanda por exames de imagem.

Os principais fatores que dificultam a realização de exames pelo SUS, são: 1. As condições socioeconômicas, pessoas em situação de pobreza ou exclusão social enfrentam barreiras para obter exames; 2. Moradia, alimentação, escolaridade e renda são determinantes que impactam a saúde da população; 3. A demanda por exames é alta, e o SUS precisa atender a uma grande quantidade de pacientes e a oferta de serviços de saúde, como equipamentos de imagem e profissionais especializados pode ser insuficiente para atendera essa demanda; 4. A falta de recursos para investimento em infraestrutura e tecnologia, equipamentos modernos de diagnóstico por imagem(como raios X, ultrassonografia, tomografia e ressonância magnética) é essencial; 5. Gestão ineficiente dos recursos materiais e humanos; 6. Financiamento insuficiente em razão do orçamento quase sempre contingenciado que limita a expansão dos serviços de saúde, a aquisição de equipamentos e contratação de profissionais especialistas.

Como se vê, os desafios são enormes. Em Aracaju, por exemplo, apesar de ser anunciado que um exame de ultrassonografia é feito em média em 120 dias, para casos eletivos, pode chegar a 2 anos, ou seja, 24 meses ou 720 dias. E alerta que o prazo depende da demanda, disponibilidade de equipamentos e outros fatores.

O tema é importante porque a medicina atual depende, e muito, da realização desses métodos diagnósticos, porque além de oferecer segurança para um tratamento mais rápido em casos graves, gerando uma resposta mais efetiva e até mesmo economizando recursos com tratamentos mais caros pela demora de se chegar a um diagnóstico.