ARACAJU/SE, 27 de abril de 2024 , 3:29:19

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A hora e a vez da dengue

Passamos de mais de um milhão e duzentos casos de dengue no país, e só estamos há pouco mais de 60 dias do ano de 2024. São 299 mortes confirmadas pela doença e 765 mortes estão em investigação, segundo o Ministério Público informou na última terça-feira, 05 de março.

Foi decretado em nove estados emergência na saúde por causa da dengue, e são eles: Acre, Amapá, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Santa Catarina, Rio de Janeiro e São Paulo.

Estamos vivendo uma situação epidêmica, segundo a OMS se considera epidemia quando as infecções por dengue atingem 300 casos para cada 100 mil habitantes, e no país a taxa de incidência já chega a 597 casos por 100 mil habitantes.

A imunização iniciada pelo Ministério da Saúde pelo SUS tem uma limitação de oferta de vacinas que atenderá inicialmente algumas faixas etárias, e devem ser aplicadas duas doses. Ainda assim, a procura pela vacina ainda é pequena nos postos de saúde, o que aponta para os reflexos da sórdida campanha de pessoas, infelizmente até profissionais da saúde, que se colocam ideologicamente contra qualquer vacina alegando o exercício da liberdade individual, uma mentira, uma falsidade que poderá levar pessoas à morte.

Urge que as autoridades sanitárias municipais aumentem a fiscalização e campanhas para evitar o acúmulo de água em terrenos baldios, imóveis abandonados, jardins e quintais, caixas d’água e reservatórios. Devem usar todos os esforços, inclusive legais para ingressar nos imóveis fechados e abandonados, responsabilizando os proprietários que não cuidam dos imóveis, piscinas e reservatórios.

O problema é de saúde pública com o agravamento da epidemia que concorre com os casos de síndromes respiratórias graves e a COVID-19, que por sinal têm sintomas parecidos exigindo os testes laboratoriais específicos e a avaliação clínica de profissional médico.

A grande ameaça que preocupa a sociedade e os profissionais da saúde é a dengue hemorrágica que por ser a forma mais grave é também a mais letal, e as pessoas devem estar atentas para buscarem a unidade de saúde mais próxima para poder evitar as sérias consequências que traz esta forma da dengue.

As mudanças climáticas têm contribuído para o aumento das arboviroses como a dengue, a zika a chicungunha, e isto se soma aos problemas de ordem econômica e social como a falta de saneamento básico, de educação e da desigualdade social.