ARACAJU/SE, 1 de maio de 2024 , 14:45:10

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Até quando o negacionismo vai adoecer pessoas?

Pensei que nunca mais iria voltar a tratar desse assunto: vacina! Porém, nunca é impossível se dizer, em razão dos fatos que continuam ocorrendo como as campanhas contra as vacinas.

Digo vacinas, pois não se trata mais da falsa desconfiança sobre as vacinas contra a COVID quando da pandemia. Fato é que todas as demais vacinas já consagradas no PNI (Plano Nacional de Imunização) do Ministério da Saúde vêm sendo objeto de notícias falsas e campanhas de desinformação através das redes sociais.

As redes sociais se tornaram nos últimos anos “terra de ninguém”, “terra sem lei”, onde pessoas sem qualquer base científica, ou fundamentando-se em premissas científicas falsas, fazem uma campanha para atacar todas as vacinas, trazendo um risco enorme à saúde coletiva, um aumento de despesas para a saúde pública que tem de atender os vitimados por doenças até pouco tempo não mais endêmicas, a exemplo do sarampo, da coqueluche, sem contar da ameaça da volta da paralisia infantil.

Os últimos três anos tem sido de grande desafio para a saúde pública por meio dos órgãos estatais, e até mesmo das instituições privadas e associações que tratam da saúde, para barrar o descalabro dessas campanhas de desinformação.

No entanto, nas redes sociais as mentiras continuaram e as pessoas, por ignorância ou por acreditarem nas mentiras, ainda que não verificassem as fontes, continuaram a compartilhar informações falsas e contribuíram, mesmo sem terem a consciência, com as campanhas dos negacionistas.

O resultado dessas malfazejas campanhas tem sido a baixa cobertura vacinal e o aumento dos casos de doenças que poderiam estar sob controle, evitando mortes e também o custo econômico dos tratamentos para os planos privados de saúde e para o SUS.

Muito mais que reduzir danos do ponto de vista da economia, é preciso dizer que as vacinas salvam vidas, e não adoecem as pessoas, como infelizmente tem sido noticiado de forma mentirosa nas redes sociais, até mesmo por profissionais da medicina, o que além de raro é disparatado, a merecer dos Conselhos Regionais uma atuação vigorosa na defesa da ciência e dos deveres éticos daqueles profissionais.

Agora, o que fazer?

Penso que são necessárias campanhas mais eficientes com informações corretas pelo Ministério da Saúde, e também por todas as organizações e associações buscando desmistificar mitos e esclarecer todas as dúvidas sobre as vacinas; ampliar o acesso às vacinas e realizar buscas ativas; considerar obrigatória a vacinação para frequência aos locais de trabalho e estudo, e outros de uso coletivo, apenas como exemplos.

A sociedade brasileira precisa, por suas instâncias sociais, precisa impedir que as mentiras dos negacionistas se tornem uma nova epidemia, a da mentira que mata.