ARACAJU/SE, 1 de maio de 2024 , 16:59:19

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Abril azul

O mês de abril azul é dedicado à conscientização sobre o TEA – Transtorno do Espectro Autista.

Existem muitas informações e opiniões sem qualidade e isto produz um ruído nas comunicações e impede que a sociedade possa compreender a verdadeira situação e como cuidar dos portadores do transtorno.

Vale ressaltar o estudo “Retratos do Autismo no Brasil em 2023” que foi realizado em setembro do ano passado por duas startups – Genial Care, a maior healthtech da América Latina especializada no cuidado e desenvolvimento de crianças com TEA, em parceria com a Tismoo.me, primeira healthtech especializada na saúde 360º da pessoa autista.

O principal objetivo do estudo foi colher dados relevantes e inéditos sobre as pessoas autistas e suas famílias, considerando que a estimativa atual é de 2 milhões de pessoas com TEA no Brasil, segundo dados do CDC (Center of Deseases Control and Prevention), órgão ligado ao governo dos Estados Unidos. Esse dado é estimado levando em consideração que existe um caso de autismo a cada 110 pessoas, em 2021.

Entretanto, um artigo de Francisco Paiva Jr no Canal Autismo, é possível que existam quase 6 milhões de pessoas autistas no Brasil em face do Censo de 2022, e de dados do CDC de que existe uma criança a cada 36, com autismo.

O problema tem sido o diagnóstico tardio, a falta de informação e muitas vezes a própria família que esconde a condição da criança como neurodivergente.

Nos Estados Unidos existem dados sobre adultos autistas conforme estudo de 2022 do CDC que seria de quase 5,5 milhões, enquanto no Brasil não existem dados sobre os adultos com TEA.

Como operador do direito, que atua em vara de família, tenho percebido o aumento considerável de crianças a partir dos 3 anos de idade com diagnóstico de TEA, e também em adultos que precisam de curador para administrar e cuidar de suas vidas.

Independentemente de qualquer abordagem sobre as causas do crescimento de casos de autismo, uma coisa é certa: o impacto nas famílias do ponto de vista econômico-financeiro, dos problemas com assistência médica em sentido integral seja pelo SUS ou através dos planos privados de saúde, e na educação, com ênfase à figura do cuidador nas escolas públicas e privadas.

Este mês, portanto, deve ser de muitos debates e discussões sobre uma condição neurodivergente importante pelo seu amplo espectro, confundindo especialistas e dificultando o apoio para o desenvolvimento de políticas públicas adequadas e eficientes.