ARACAJU/SE, 3 de maio de 2024 , 18:51:40

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Cobertura da Telemedicina pelos Planos de Saúde

Ninguém duvida que a pandemia da COVID teve um efeito muito grande na utilização da tecnologia da informação no dia a dia de todos nós. Não foi diferente na saúde e na medicina. Apesar de muita resistência entre os próprios profissionais da saúde, a telemedicina hoje é uma realidade inquestionável.

O aumento dos cursos particulares de medicina e também de vagas nas universidades públicas não consegue resolver o problema da falta de médicos no interior do país e nas periferias das grandes cidades.

A má distribuição dos médicos no território brasileiro e a crise dos planos de saúde pós-pandemia também contribuíram para a adoção da telemedicina como forma de atender a população e os consumidores dos planos de saúde.

O Conselho Federal de Medicina através da RESOLUÇÃO CFM Nº 2.314, de 20 de abril de 2022 regulamentou o uso da Telemedicina de acordo com o Código de Ética Médica e também em face dos protocolos que devem ser observados nos procedimentos intermediados pela tecnologia.

Os dados são impressionantes. Entre 2020 e 2021 foram cerca de 7,5 milhões de atendimentos por meio da telemedicina realizados por mais de 52 mil médicos. Em 2022 o atendimento chegou a mais de 2 milhões. Resumindo, foram quase 10 milhões de atendimentos entre 2020 e 2022.

As novas tecnologias têm proporcionado que as pessoas evitem se deslocar em cidades com trânsito caótico, ou quando o paciente está distante do médico, em outra cidade, e às vezes, em outro estado.

É possível até mesmo intervenções cirúrgicas à distância com uso da robótica aplicada à medicina, o que também foi regulamentado pelo CFM.

Os cuidados dos profissionais do ponto de vista ético-profissional devem ser observados com o mesmo rigor do atendimento pessoal. Da mesma forma o dever de ser objetivo e transparente no prontuário do paciente, seja eletrônico ou físico.

As plataformas utilizadas pela telemedicina podem gravar as consultas e exames, e assim podem suprir o termo de esclarecimento e consentimento, e assim tirar quaisquer dúvidas que possam trazer problemas de ordem ética.

O grande avanço foi a permissão para que os planos de saúde possam cobrir o atendimento pela telemedicina, desde que observe a Resolução do CFM que trata do tema.

Não mais estamos sob a urgência da pandemia da COVID, mas a telemedicina é um passo sem volta, que deverá crescer cada vez mais com os avanços mais recentes com a inteligência artificial aplicada à medicina.