ARACAJU/SE, 3 de maio de 2024 , 18:45:12

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Opioides: a nova pandemia?

Um dado que impressiona nos Estados Unidos é o número de mortes diárias pelo uso de opioides, cerca de 200.

No Brasil aos poucos estamos ingressando nessa nova onda de pessoas viciadas em medicamentos utilizados para dor da classe dos opioides, a exemplo da codeína, fentamil, oxicodona e morfina.

Essas drogas quando utilizadas de maneira correta e sob a supervisão médica são úteis no tratamento e na melhora de pacientes com câncer, doentes terminais e algumas outras enfermidades que causam muita dor.

O problema surge quando pessoas que não precisam do medicamento passam a usar de forma recreativa porque ficaram viciadas. Importante dizer que essas drogas tem o potencial 50 vezes maior de viciar que a heroína, e tão perigosa ou mais do que o crack.

Analgésicos de alto risco para a dependência não podem ser vendidos sem receitas médicas e sem o devido acompanhamento, e é preciso que a Vigilância Sanitária e a polícia federal possam fiscalizar e impedir que surjam quadrilhas especializadas na distribuição e venda indiscriminada dessas drogas.

O problema é exatamente este. Tem surgido um mercado para os desvios de medicamentos de hospitais e clínica que passam a abastecer de forma clandestina os viciados que estão morrendo por overdose, inclusive aqui no Brasil.

Casos famosos como a morte de Michel Jackson trouxe à tona o problema nos Estados Unidos que atualmente se equipara à tragédia provocada pelo crack, só que neste caso, as mortes são mais imediatas.

No Brasil já existem comprovação de mortes por overdose de profissionais da saúde que se viciaram nos analgésicos pelo fácil acesso nas farmácias e por poder, inclusive prescreve-las.

E já se tem notícias de que o uso indiscriminado vem ocorrendo em nosso país podendo ser uma verdadeira pandemia em um momento que já se enfrenta uma série de problemas na área da saúde.

Esse alerta não é somente para as autoridades sanitárias e policiais, também é para a sociedade, para os pais e as pessoas que convivem com potenciais vítimas dos analgésicos.

Campanhas de alerta sobre o uso dessas drogas, o esclarecimento dos efeitos perversos e com a possibilidade quase certa de causar a morte dos usuários devem ser preocupação das políticas públicas de saúde. O silêncio pode ser tão cruel quanto o custo para sociedade e o país.

O uso sem controle desses medicamentos para dor podem estar nos levando para a dor imensa de perder pessoas humanas desgraçadas entre a dor física e a dor do vício.