ARACAJU/SE, 2 de maio de 2024 , 6:45:47

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Trajetórias da Inflação

De acordo com o Banco Central do Brasil, dentro da sua Política Monetária, manter a inflação sob controle, ao redor da meta, é objetivo fundamental da instituição, ressaltando-se que a meta para a inflação é estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

A grande preocupação da autoridade monetária do nosso país com a estabilidade dos preços é a preservação do valor do dinheiro, para que seja possível manter o poder de compra de nossa moeda e isto afeta a maioria da população, especialmente os mais vulneráveis.

O Banco Central do Brasil aponta que a inflação baixa, estável e previsível traz vários benefícios para a sociedade, pois a economia pode crescer mais, pois a incerteza na economia é menor, as pessoas podem planejar melhor seu futuro e as famílias não têm sua renda real corroída.

Neste sentido, o Brasil adota o regime de metas para a inflação, que está em vigor desde 1999 e para este ano de 2024 a meta estabelecida é de 3%, mesmo percentual definido para o ano seguinte, 2025.

Nesta meta de inflação de 2024 de 3%, existe um espaço de tolerância de 1,5 p.p..

Foi divulgada na 2ª semana de abril/2024, a taxa de inflação de março/2024 que ficou em 0,16%. Registro que as taxas observadas nos meses anteriores foram 0,42% em janeiro/2024 e 0,83% em fevereiro/2024.  Dessa forma fica evidenciado que a inflação de março é por enquanto a menor taxa de inflação mensal, um sinal bastante positivo para a estabilidade econômica do Brasil. Estes três resultados apontam uma inflação acumulada de janeiro a março de 2024 em 1,42%. Com o resultado da inflação neste 1º trimestre de 2024 e anualizando os resultados, estamos com uma taxa de inflação anual de 3,93%, ou seja, o acumulado dos últimos 12 meses.

A inflação oficial do Brasil é medida pelo IPCA – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – este é um índice que aponta a variação do custo de vida médio de famílias com renda mensal de 1 a 40 salários mínimos.  No cálculo do IPCA é realizada uma abrangência geográfica com as Regiões Metropolitanas mais Brasília, Rio Branco, São Luís, Aracaju, Campo Grande e Goiânia.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é quem faz o cálculo do IPCA. Na metodologia utilizada pelo Instituto é realizado um levantamento mensal, em 13 áreas urbanas do País, conforme já citado, de, aproximadamente, 430 mil preços em 30 mil locais. Todos esses preços são comparados com os preços do mês anterior, resultando num único valor que reflete a variação geral de preços ao consumidor no período.

Mas tem um quesito que é importante informar para a população brasileira qual é a sua cesta de compras, ou seja, os produtos e serviços que você consome regularmente, pode ser bem diferente da cesta média da população brasileira. Com isso, o seu índice pessoal de inflação pode ser maior ou menor do que o IPCA. Esta explicação é do IBGE e ela é real.

Para entendimento, o IBGE tem o seguinte exemplo: uma família que não consome carne vermelha e não tem filhos em idade escolar terá, com certeza, um índice de inflação pessoal diferente do oficial, cujo cálculo coloca peso considerável na variação do preço da carne e da mensalidade escolar.

A inflação afeta de forma direta afeta o poder de compra das pessoas, pois se os preços se elevam e o salário não acompanha, a capacidade de comprar bens e serviços diminui, por isso que as categorias buscam sempre a recomposição da inflação e algum nível de ganho de forma adicional, na perspectiva de melhoria da capacidade de atender às necessidades.

Cuidar de manter o alcance das metas de inflação é fundamental para uma lógica de uma economia estável. No último relatório de inflação apresentado pelo Banco Central do Brasil ficou evidenciado que o desvio da inflação em relação à meta é decomposto em seis componentes: inércia do ano anterior (desvio da inflação do ano anterior em relação à meta); expectativas (diferença entre expectativas de inflação medidas pela pesquisa Focus e a meta para a inflação); inflação importada (diferença em relação à meta); hiato do produto;  medidas tributárias, incluindo reversão da desoneração sobre gasolina e etanol; e demais fatores.

No relatório de março/2024, foi apresentada a seguinte justificativa sobre a questão da inflação de 2023 ter ficado acima da meta: os principais fatores que levaram a inflação em 2023 a ficar acima da meta foram as medidas tributárias, as expectativas de inflação e a inércia da inflação do ano anterior. Em sentido contrário, atuaram a queda nos preços das commodities, em especial do petróleo, a valorização cambial e o hiato do produto no campo negativo.

Que em 2024 o Brasil consiga ficar dentro da meta de inflação para que a referida trajetória viabilize um crescimento econômico mais inclusivo.