ARACAJU/SE, 26 de abril de 2024 , 7:08:01

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Demografia da População Sergipana

Para abordar a demografia recente da população sergipana, irei apresentar alguns dados da população para que possamos conhecer a sua dinâmica.

Nos últimos 05 (cinco) anos que temos dados da população sergipana (2015 a 2019), a média de registros anual é de 33.767 habitantes, esta é a quantidade média de novos sergipanos que são registrados. Neste total a distribuição percentual de gênero é a seguinte: nos últimos 05 (cinco) anos e em todos os anos, sempre o número de registros de homens tem sido maior que o número de registro de mulheres, a distribuição média percentual é de 51,38% de registros de homens e 48,62% de registros de mulheres. Mesmo com estes números de registros de homens sendo maior, a população feminina em Sergipe é maioria, pois a mortalidade dos homens é maior em todas as faixas etárias. Atualmente na população sergipana as mulheres representam 51,8% e os homens 48,2%.

Analisando a projeção da população sergipana para os próximos 40 anos, a perspectiva é a de que tenhamos em 2030 uma população de 2.489.542 habitantes, em 2040 – 2.593.896 habitantes, em 2050 – 2.630.195 habitantes e em 2060 – 2.598.353 habitantes (vejam que a partir daqui a população tende a começar a declinar). Estas projeções do IBGE sinalizam que em 2060, a maioria da população estará na faixa etária de 60-64 anos, com aproximadamente 7% de nossa população, destacando-se que a população de 60 anos em diante representará 30% da população sergipana, uma realidade bem diferente da atual, pois nesta faixa etária a população sergipana representa 9,69%, é uma mudança demográfica muito forte e que irá requerer muitas mudanças na organização de nossas cidades. O sistema de saúde terá que se preparar para atender de forma permanente esta população em geral é mais demandante de cuidados.

Em 2060 se confirmadas as projeções do IBGE, as mulheres ainda serão a maioria da população e representarão 52,6% e, os homens 47,4%. Olhando para os mais jovens, a população sergipana de 0 a 24 anos representa no momento, 38,8% da população, no ano de 2060, de acordo com as projeções do IBGE esta população representará 26,0% da população sergipana, ou seja, aproximadamente ¼ da população.

No livro Novo Regime Demográfico uma nova relação entre população e desenvolvimento? Organizado por Ana Amélia Camarano e publicado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA, temos a seguinte informação relevante: “a dinâmica populacional afeta o crescimento econômico. A população fornece um insumo importante para o processo produtivo: a força de trabalho. É intuitivo pensar que o crescimento populacional resulte no crescimento do produto interno bruto (PIB), desde que trabalhadores adicionais possam ser empregados. A inserção desse segmento no mercado de trabalho é influenciada, por um lado, pela estrutura etária e pelo nível educacional (oferta) e, por outro, pelo crescimento econômico (demanda). Idade e escolaridade são determinantes importantes do nível de produtividade, o que, por sua vez, afeta a capacidade de poupança, de investimento e de desenvolvimento tecnológico. Além disso, a população incentiva o crescimento econômico por meio do consumo, que, também, é fortemente influenciado pelo perfil etário e pela renda disponível. Desse modo, o perfil etário é, também, um determinante importante das demandas por políticas públicas setoriais, de segurança pública e de pressões ambientais. Isto reforça a minha tese de que precisaremos preparar esta nova realidade a partir de agora, pois teremos um cenário de futuro bem diferente na demografia da população sergipana e que afetará a dinâmica de sua economia.

Existe um fenômeno que também tem contribuído para esta mudança no perfil demográfico de Sergipe, a ocorrência do declínio da fecundidade, que surge como um aspecto estrutural da nossa sociedade. A comprovação disso é o crescimento do número de clínicas de exames e tratamentos de fertilidade que tanto atinge os homens como as mulheres, por conta do aumento da infertilidade entre os casais.

Ainda sobre a questão da infertilidade, novos hábitos e costumes contribuem para este fator, sendo que para os homens os fatores que mais afetam são: aumento do tabagismo, drogas, uso de anabolizantes e esteroides, uso de roupas apertadas (calças e cuecas demasiadamente justas), entre outros fatores e para as mulheres os fatores mais citados são: muitas mulheres só se predispõem para a gravidez depois de uma consolidação na sua carreira profissional, ou mesmo, depois de encontrar o chamado parceiro ideal e por conta disso, ultrapassa o chamado limite fértil para que possam engravidar, mas também questões como estrutura do útero, dos ovários, alterações hormonais, menopausa precoce, entre diversos fatores têm influenciado a fertilidade feminina.

Analisando os dados do sistema SIDRA de estatísticas do IBGE que apresenta de forma discriminada a idade das mães quando os filhos nascem, temos que em Sergipe, as mães com a idade de 40 em anos em diante, representaram em 2015, 3,1% das mulheres que tiveram filhos; já no ano de 2019, este percentual desta mesma faixa etária foi para 4,6%, demonstrando um aumento de mulheres que geram filhos na faixa de 40 anos em diante. Do outro lado, as mulheres mais jovens, aquelas na faixa etária de até 24 anos, que pariram no ano de 2015 em Sergipe, representava 46,1%; já no ano de 2019 este percentual declinou para 41,2%, demonstrando que está caindo a gravidez entre as mulheres mais jovens, o que contribui para o processo de envelhecimento da população.

Esta mudança demográfica que teremos em Sergipe e no Brasil, aponta uma preocupação que merece ser analisada, definindo ações para enfrentamento do problema, que é a questão de termos um aumento de despesas da previdência social, para pagamento de benefícios de aposentadoria e pensão por morte neste horizonte de 2021-2060, a perspectiva nos próximos 40 (quarenta) anos é de que o número de benefícios pagos será multiplicado por quase 4 vezes, este será um grande desafio para o setor público local, estado e prefeituras.

Que possamos preparar de agora em diante as soluções que precisaremos para o enfrentamento de uma nova realidade para a demografia sergipana, fins termos a devida sustentabilidade da sociedade, com paz, harmonia e dignidade para todos.