ARACAJU/SE, 26 de abril de 2024 , 22:06:47

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Indicadores da Economia Brasileira

Apresentarei neste artigo, alguns indicadores da economia brasileira, na perspectiva de avaliarmos a trajetória de 2021 e projetamos as perspectivas para 2022. A base dos dados foi coletada no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Banco Central do Brasil (BCB) e no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).

Inflação – de acordo com definição do Banco Central do Brasil, a Inflação é o aumento dos preços de bens e serviços. Ela implica diminuição do poder de compra da moeda. A inflação é medida pelos índices de preços. O Brasil tem vários índices de preços. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é o índice utilizado no sistema de metas para a inflação. Por este índice a inflação do Brasil no acumulado de janeiro a novembro está em 10,74%. Mas a meta que foi definida foi de 3,75%, admitindo-se um intervalo de 1,5% para mais ou para menos, portanto verifica-se que o limite da inflação, conforme a meta definida seria de 5,25%, portanto estamos bem acima do limite máximo de inflação, conforme meta definida pelo Banco Central.

Para o ano de 2022 a meta de inflação definida pelo Banco Central é de 3,50% com uma margem de 1,50%. Analisando as expectativas de mercado a partir do Boletim FOCUS do Banco Central do Brasil, a perspectiva para o ano de 2022 é de que a inflação medida pelo IPCA fique em 5,03%, menos da metade do índice observado em 2021 e dentro do limite da meta. O IPCA é calculado pelo IBGE, com coleta, em geral, do dia 1 a 30 do mês de referência. O IPCA mede o preço de uma cesta de consumo representativa para famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos, nas principais áreas geográficas (regiões metropolitanas do Brasil).

Outro índice de inflação que é acompanhado pelos brasileiros é o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), por este índice a nossa inflação está bem maior, no acumulado de janeiro a novembro, o IGP-M está em 16,77%, em função da diferença metodológica de cálculo. No Boletim FOCUS do Banco Central do Brasil, a projeção do IGP-M para 2022 é de 5,41%, um percentual bem menor do que o verificado no ano de 2021.

Desemprego – O desemprego no Brasil está em 12,6%, conforme divulgado pelo IBGE. Ainda é um índice alto, em face principalmente dos efeitos da pandemia do COVId-19 que restringiu muitas atividades econômicas e como consequência reduziu empregos. Mas existem perspectivas melhores para o ano de 2022, pois muitas atividades iniciam a retomada e aumento de uso da capacidade instalada.

Destaque-se que conforme informações do Ministério do Trabalho, no período de janeiro a outubro de 2021, o saldo entre admissões e desligamentos é de mais 253.083 empregos. Além disso, foi divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), no dia 21/12, um estudo que demonstra que a retomada do mercado de trabalho se intensificou no último trimestre do ano. O recorte regional mostra que o desemprego recuou em todas as regiões do país, com destaque para Centro-Oeste e Sul, em que as taxas já atingiram patamares menores que os observados no terceiro trimestre de 2019, ou seja, anteriores à pandemia. As taxas de desocupação das regiões metropolitanas e não metropolitanas passaram de 17,7% e 12,7% em 2020 para 14,9% e 10,9% em 2021, respectivamente.

PIB – Produto Interno Bruto – deverá encerrar o ano de 2021 com um crescimento de 4,58%, e a perspectiva para 2022 é de 0,50%, conforme Boletim FOCUS do Banco Central do Brasil. Destaque-se que na base do 3º trimestre de 2021, conforme o IBGE, a variação ficou em 3,9%.  Analisando a evolução do PIB na ótica da produção, no 3º trimestre de 2021, o setor de serviços foi o único a apresentar resultado positivo na comparação com o segundo trimestre, já descontados os efeitos sazonais. Refletindo o avanço da cobertura vacinal, que vem permitindo a normalização dos índices de mobilidade urbana, as atividades associadas aos serviços de transportes, comunicação e outras atividades foram alguns dos destaques positivos. A indústria de transformação, em contrapartida, permaneceu estagnada, ainda impactada negativamente pela ruptura da cadeia de fornecimento de insumos, pelo forte aumento dos custos de transporte e de energia elétrica. Nesse cenário, o  destaque positivo ficou por conta da atividade de construção, com alta de 3,9% na margem. O bom desempenho da atividade de serviços e do setor de construção civil ajuda a explicar a melhora na geração de empregos ao longo do terceiro trimestre.

Taxa de Juros (Selic) – Está em 9,25% e a previsão do Boletim FOCUS do Banco Central é de termos uma taxa de 11,50% em 2022, portanto ainda em uma trajetória de alta, visando o controle da inflação. Registre-se que na última ata do Comitê de Política Monetária que elevou a taxa básica de juros em 1,50 ponto percentual e deixou no atual patamar, levou em consideração o cenário básico, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações disponíveis. O Comitê entendeu que essa decisão refletiu seu cenário básico e um balanço de riscos de variância maior do que a usual para a inflação prospectiva e é compatível com a convergência da inflação para as metas ao longo do horizonte relevante, que inclui os anos-calendário de 2022 e 2023.

Câmbio – Considerando-se as duas principais moedas internacionais, no comparativo com a nossa moeda, o real, a cotação atual é de, no dólar (R$ 5,73/ US$ 1,00) e no euro (R$ 6,46/ € 1,00). Para o ano de 2022, a perspectiva é de que o câmbio na paridade real/dólar fique em R$ 5,57/US$ 1,00 e isto tem impacto na Balança comercial, cujo resultado em 2021 está em um superávit de US% 59 bilhões e, a perspectiva para 2022 é alcançarmos um superávit de US$ 55 bilhões; e no investimento direto no país, cujo o montante em 2021 é de US$ 51 bilhões e, com a perspectiva para 2022 de alcançarmos US$ 57 bilhões. Estes números significam mais emprego e renda para a população brasileira.

Estas informações dos índices apontam que o ano de 2022 ainda será de um cenário de dificuldades, porém com a economia em processo de recuperação e com perspectivas melhores para os brasileiros, no quesito de menor inflação e mais empregos e renda para a população, trazendo dignidade e melhoria em indicadores sociais.