ARACAJU/SE, 26 de abril de 2024 , 11:11:54

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Convivência com a inflação

Do ponto de vista conceitual, inflação significa um aumento generalizado dos preços na economia. E isto é algo que está sendo mais perceptível pela população, que voltou a conviver com elevados índices de inflação.

Registre-se que para medir a inflação são construídos índices de preços, que tomam uma média de diversos preços de modo a resumi-los em um único número. Referidos índices de preços são distintos, pois são construídos com diferentes metodologias, analisando-se cesta de bens e serviços tomadas como referência. Os índices construídos avaliam preços ao consumidor, preços ao produtor, custos de produção, e diversos outros itens, dependendo do objetivo.

Os hábitos e o modo de vida de cada família, de acordo com a sua cesta de consumo, define o seu verdadeiro índice de inflação, independente dos índices que são divulgados oficialmente, por isso, as pessoas possuem diferentes percepções sobre a inflação e a influência em seus respectivos orçamentos familiares.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que é o nosso índice oficial de inflação, mas cada família terá uma percepção de acordo com seu consumo e sua efetiva inflação. De qualquer forma é importante entendermos as metodologias de cálculo e como se alcança os referidos índices e suas influências no nosso cotidiano.

Segundo informações do IBGE, o IPCA tem por objetivo medir a inflação de um conjunto de produtos e serviços comercializados no varejo, referentes ao consumo pessoal das famílias. Esta faixa de renda foi criada com o objetivo de garantir uma cobertura de 90% das famílias pertencentes às áreas urbanas de cobertura do Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor – SNIPC.

Esse índice de preços tem como unidade de coleta estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços, concessionária de serviços públicos e internet e sua coleta estende-se, em geral, do dia 01 a 30 do mês de referência.

Atualmente, a população-objetivo do IPCA abrange as famílias com rendimentos de 1 a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, residentes nas áreas urbanas das regiões de abrangência do SNIPC, as quais são: regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, além do Distrito Federal e dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís e Aracaju.

Quero destacar aos sergipanos que a medição da inflação em Aracaju é algo mais recente, porém é importante para conhecermos a realidade local, especificamente no entendimento das variações de preços.

Mas o meu ponto de destaque é como as famílias terão que se adaptar e conviver com os índices inflacionários atuais, pois a inflação medida pelo IPCA nos últimos 12 meses está em 10,25%, e a meta inflacionária é de 3,75% com um intervalo de tolerância de 1,5%, ou seja, a inflação de cumprida a meta deveria ficar no patamar de até 5,2% (3,75 + 1,5), mas infelizmente os efeitos da pandemia na economia, culminaram com este patamar atual de inflação. Veja-se que em outubro de 2020, o acumulado da inflação era de 3,92%, dentro da meta.

Conviver com elevadas taxas de inflação exige sacrifício, escolhas, pesquisas e tolerância, pois sabe-se que o Governo Federal tem buscado ações que possam reduzir o viés inflacionário que estamos convivendo atualmente. Neste aspecto, é importante que as escolhas de consumo das famílias estejam garantidas na qualidade e bem-estar da família, evitando-se supérfluos e gastos desnecessários. Meu primeiro conselho é controlar os empréstimos e financiamentos, realizando-os dentro da capacidade de endividamento e pagamento, não é indevido fazer empréstimos, mas deve-se observar as taxas a serem honradas e a efetiva necessidade de referidos empréstimos.

Hábitos e costumes que extrapolam o orçamento devem ser revistos, pois alguns itens imprescindíveis e que não podem deixar de ser consumidos irão levar uma maior fatia da sua renda. Alguns exemplos, a assinalar:

Os chamados preços administrados, que são aqueles que são administrados por contrato e são monitorados, são preços menos sensíveis às condições de oferta e demanda porque são estabelecidos por contrato ou por órgão público. Ocorre que como esses contratos preveem, muitas vezes, reajustes de acordo com a inflação passada, pode-se afirmar que essa indexação parcial à inflação ocorrida torna esses preços efetivamente dependentes do passado e pouco sensíveis ao ciclo econômico.

Cabe registrar que os bens e serviços cujos preços são administrados incluem, entre outros itens, impostos e taxas, serviços de utilidade pública cujas tarifas são reguladas ou autorizadas pelo poder público (como energia elétrica, planos de saúde e pedágio) e derivados do petróleo.

Neste breve ensaio eu abordei um pouco sobre o IPCA como o índice oficial da inflação no Brasil, porém cabe destacar que temos outros índices de preços que diferem na metodologia de cálculo, a exemplo do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), do IGPM (Índice Geral de Preços do Mercado), do IGP-DI (índice Geral de Preços Disponibilidade Interna); e o INCC (Índice Nacional da Construção Civil).

O que interessa para o brasileiro é conhecer os referidos índices que são utilizados em contratos diversos, e buscar conviver e controlar-se em um momento de inflação mais elevada, pois será um período transitório, mas que requer bastante cuidado, especificamente nos hábitos de consumo. Ter uma vida financeira controlada em momento de maior inflação é fundamental para manter a qualidade de vida das famílias, portanto, a pesquisa de preços deve fazer parte da rotina do consumidor.