ARACAJU/SE, 26 de abril de 2024 , 12:26:12

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Importância da clareza e precisão na prescrição médica

Havia um tempo que de forma depreciativa quando alguém tinha uma escrita indecifrável se dizia que aquilo era “letra de médico”. No imaginário popular o médico tinha uma escrita que somente o farmacêutico experiente conseguiria decifrar como se fora um hieróglifo, forma de escrita egípcia que as descobertas dos tesouros das pirâmides nos apresentaram.

Havia também um tempo em que era obrigatório para as crianças na alfabetização o estudo da caligrafia. Exercício feito no antigo e exigido caderno de caligrafia a formatar a letra de cada palavra como um desenho clássico, e se justificava pela necessidade diante da ainda incipiente invenção tecnológica da máquina de escrever, que somente tempos depois foi substituída pelos teclados, esse periférico dos computadores, e agora também dos tablets e smartfones.

A essa altura alguém já está se perguntando o que isso tem a ver com o direito médico?

A comunicação em todas as profissões deve ser feita com clareza e precisão. O profissional da medicina se inclui nestas, onde sem dúvida alguma, ao prescrever um tratamento ou medicação o  uso da clareza e da precisão são fundamentais para evitar o comprometimento da saúde do paciente com o uso inadequado, e muito menos, com uma medicação trocada.

Hoje com a utilização em todos os setores do computador e das impressoras o mais recomendável é a utilização dessas ferramentas na hora de prescrever medicações e tratamentos, de forma clara e precisa, para segurança do paciente e do próprio profissional da saúde, que deverá manter no prontuário do seu paciente em seu consultório, clínica, unidade de saúde pública, etc…, as anotações de todo e qualquer procedimento, tratamento e prescrição medicamentosa.

Esse cuidado não se trata apenas de uma questão de estar de acordo com a nova ordem tecnológica. Na verdade, esse cuidado tem a ver com o direito à informação do paciente e o cuidado do profissional em sua defesa, quando necessário, podendo ser averiguado a ausência de culpa profissional se algo acontece com o seu paciente. De outro modo, pode servir inclusive na elucidação de mortes sem explicação, onde esses registros podem esclarecer a existência ou não de alguma relação com o uso de determinada substância e a sua interação com outras.

Os detalhes das informações servem também para acompanhar a evolução do tratamento do paciente e fornece um histórico da sua saúde. E como se sabe, cumpre assim, o profissional da medicina com o seu código de ética profissional, que pode ser também uma garantia da lisura e acerto do seu comportamento profissional a excluir qualquer possibilidade de ser acusado de negligente, imperito ou imprudente.

Nesses tempos de redes sociais e de vida plugada, ter o cuidado de manter o hábito saudável de escrever de forma clara e precisa é prova da capacidade de se comunicar sem deixar dúvidas. Isso fará bem.